The Three Blind Mice Reader: Discografia Completa

Three Blind Mice pode ser muita coisa. Uma canção de embalar, o nome de três personagens do primeiro filme do 007, o título do famosíssimo disco do Art Blakey & The Jazz Messengers. No caso deste blogue, "Os Três Ratinhos Cegos" referem-se a uma label japonesa de jazz, activa sobretudo na década de 70, era da contra-cultura e de todas as possibilidades. Magicada pelo lendário produtor discográfico Takeshi "Tee" Fujii, a companhia juntou os grandes nomes da cena emergente japonesa e outros novatos com sede de rebeldia. Deu-lhes uma casa, liberdade criativa, sem fronteiras sonoras. O resultado, como seria de esperar, foi explosivo. Para um país que não tinha assistido, in loco, ao desenrolar da herança histórica do jazz americano, os anos 70 surgiam para os aculturados japoneses como cardápio para a descoberta e experimentação em todas as frentes. Eles descobriam o swing das Big Bands ao mesmo tempo que serpenteavam ao som do jazz espiritual, atonal e intenso da free-form. Count Basie era irmão de John Coltrane, Duke Ellington primo de Ornette Coleman. Para eles, o modal e o funk eram duas expressões contemporâneas, assim como as canções das grandes divas. Da mesma forma, os "wah-wah" brincalhões das guitarras eléctricas casavam com o rigoroso som de um saxofone inquieto. Three Blind Mice é a melhor prova que conheço desta interpenetração de referências, deste "descobrir o velho como novo", enfim, deste tornar o estrangeiro integralmente nosso. Subitamente, todos os grandes intérpretes dessa nova estética musical rumavam no mesmo barco. Portanto, Three Blind Mice foi Columbia, foi Blue Note, foi Riverside, foi, definitivamente, Impulse. É por isso que este blogue servirá de guia para os mais de 100 discos do catálogo. Esperamos que o leitor se deixe levar pelo maravilhoso mundo do jazz japonês.

20/04/2018

Discografia Completa

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